Que cor é o céu? E o sol?
Que cor é a pomba da paz? E o papagaio?
Que cor são as nuvens? Quantas cores tem o arco-íris?
Árvore tem cor? Casa também tem? E as borboletas?
Existe cor no mar? E na terra? Qual será a cor do gato que fugiu?
Tudo a nossa volta tem cor! Casa, carro, telefone... mas, e o amor?
Qual é a cor do amor?
O Vale Encantado de Dourado é desses lugares maravilhosos, onde tudo é colorido e alegre. Além de ser encantado, o Vale abriga centena de animais, como: pássaros, borboletas, leões, tigres, onças pintadas, elefantes.
E por falar em elefantes...
Mamãe, eu quero fazer-lhe uma pergunta?
Pode perguntar Lila, minha filha.
De que cor é o amor?
A elefantona, robusta e desengonçada não demorou muito para responder:
Ora minha querida, a cor do amor só pode ser cinza como você.
“Esta é a verdadeira cor”.
“Cinza, cinza, cinza é o amor”.
A pequena elefanta ficou a pensar:
Cinza! Será que o amor é mesmo cinza.
Então, ela resolve ir procurar seu avô, afinal, ele era quase centenário, tinha uma vasta experiência do mundo. Ele sim poderia dizer de que cor é o amor.
Quando se aproximou de seu avô, percebeu que ele parecia meio atordoado, abatido. No mesmo instante indagou:
Bom dia vovô! Tudo bem com o senhor?
Bom dia netinha! Ah! Sabe como é a velhice... Não dormi direito, acho que foi a badalação. Fui convidado para a festa de Madame Dalva e me acabei! Era lepo-lepo pra cá, gordinho gostoso prá lá... Não é fácil acompanhar o ritmo dessa juventude. Além do mais, Madame Dalva preparou aquela alfafa com quiabo que somente ela sabe fazer. Hummm!!! Foi de entortar a tromba, hi-hi. Agora estou aqui, com uma tremenda dor nas juntas, minha tromba está entupida e a cabeça, ai, a cabeça parece que vai explodir. Eita ressaca!!!! Fora isso está tudo supimpa. Mas me diga, o que faz você aqui tão cedo?
A netinha nem comentou com o vovô que já passava das duas horas da tarde. Apenas perguntou:
Vovô, você que é muito experiente sabe de dizer de que cor é o amor?
O velho e carinhoso vovô, caminhou prá cá, caminhou para lá, refletindo sobre a pergunta inesperada e depois de um certo tempo respondeu:
O amor é verde como a grama, minha pequena. Verde como a mata e as frondosas copas das árvores. Olhe a sua volta! O amor é verde como a natureza.
Esta é a verdadeira cor
Verde, verde. Verde é o amor.
A elefantinha cinzenta, querendo confirmar a resposta do vovô elefante, saiu a procura de alguém que pudesse ajuda-la.
Arghrrr, arghrr. Bom dia, bom dia!
Oi amigo papagaio, você me assustou.
Desculpe-me Lila, não foi a minha intenção.
Amigo papagaio, papudo e esperto, que voa para todos os cantos, sabe que cor tem o amor?
O papagaio se achando o “senhor sabichão” bate as asas e diz:
Sabe que nem todos reconhecem a minha astúcia, a minha perspicácia e a minha beleza natural. Como você soube observar vou lhe responder. O amor é azul. Azul como céu, limpo e resplandecente.
Esta é a verdadeira cor
Azul, azul. Azul é o amor.
E lá se foi nossa amiguinha, pensando baixinho sobre o que estava ouvindo.
Cinza, verde, azul, qual será?
Caminhou, caminhou e parou à beira do riacho para contemplar a sincronia dos peixes nadando. No mesmo instante, um peixinho se aproximou da margem para falar com ela.
Oi Lila, que bom te ver! Faz tempo que não conversamos.
Oi peixinho, pois é, a vida é corrida. Estive conversando aqui e ali sobre o amor. Hei peixinho! Você sabe que cor é o amor?
O peixinho deu um magnífico salto fora d’água e alegremente falou:
O amor é marrom, marrom como a terra firme em que pisas, a qual fornece alimentos. Ela é fonte de vida. Portanto, o amor só pode ser marrom.
Esta é a verdadeira cor
Marrom, marrom. Marrom é o amor.
mais uma vez a elefantinha pensou no que seus amigos diziam. Estava tão absorta em seus pensamentos que nem viu seu amigo leão deitado na grama.
GRrrh, ghrrrrr. Você está longe de casa mocinha!
Eu sei amigo leão. É que estou procurando a resposta para minha pergunta. Quero saber qual é a cor do amor?
Muito cansado para brincar e dar mais atenção a quem passava, sem muito esforço, olhou a curiosa elefante, bocejou e respondeu:
Uaaahh!!! Isso e fácil. Veja esse sol quente e brilhante sobre sua cabeça, ele aquece e ilumina e tão poderoso que sem ele não viveríamos. Bem se vê que a cor do amor e amarelo.
Esta e a verdadeira cor
Amarelo, amarelo. Amarelo e o amor.
Tal foi a surpresa de nossa amiga quando uma abelha voando apressada, pousou para lhe fazer companhia.
ZZZZZ. Aquele leão mal humorado estava importunando você?
Não, não, estávamos apenas conversando. Ele me disse que o amor e amarelo.
Amarelo! Não sei não! Acho que o amor e vermelho. As flores vermelhas são tão perfumadas. E o coração desenhado dos apaixonados e tão vermelho. O amor e vermelho.
Esta e a verdadeira cor
Vermelho, vermelho, vermelho e o amor.
Andando e pensando nas cores, a cinzenta elefantinha ouviu um barulho vindo de cima da arvore. Era uma arara. Imaginando que a arara, por voar por toda a extensão da floresta saberia qual e a cor do amor.
Arara, qual e a cor do amor? Será que e vermelho?
A arara olhou fixamente para sua plumagem e depois falou:
Não! Acho que o amor não e vermelho não. A cor do amor e laranja. Laranja como as doces e saborosas frutas da laranjeira, como as borboletas a voar.
Esta e a verdadeira cor
Laranja, laranja. Laranja e o amor.
Alçando voo, a arara bateu suas asas e se despediu de Lila.
Será? Acho que pode ser. (fica pensativo)
E saiu imaginando o amor laranja como as frutas. No caminho encontrou o tigre.
Amigo tigre que bom que te encontrei. Preciso lhe perguntar qual e a cor do amor?
Hum... Deixa-me ver... já sei! O amor e branco. Branco como as nuvens encobrindo o céu, branco como a linda pomba da paz. Pode ter certeza amiguinha.
Esta e a verdadeira cor
Branco, branco. Branco e o amor.
Nossa amiguinha estava confusa, afinal, tantas cores surgiram para denominar o amor. Para tirar a pulga atrás da orelha foi falar com a amiguíssima zebra.
(enquanto Edi fala Juci pensa nas cores: cinza, verde, azul, amarelo, marrom, vermelho, laranja e branco)
Zebrinha minha querida! Qual e a cor do amor? Será que e branco?
E a zebra sem pensar muito deu sua resposta:
Não, não e branco não. Eu acho que o amor e tão belo que só pode ser cor-de-rosa.
Cor-de-rosa? Assim como o algodão doce e o suspiro? Cor-de-rosa como os flamingos? Vou perguntar a eles se eles são da mesma cor do amor.
Esta e a verdadeira cor
Rosa, rosa. Rosa e o amor.
E lá se foi, mais uma vez pela floresta e a elefantinha curiosa chegando próximo do penhasco perguntou a um flamingo:
Amigo flamingo o amor e rosa assim como você?
Não mesmo bonitinha, o amor e lilás como as pedras preciosas. Lilás como as flores perfumadas dos lilases que anunciam a chegada da primavera.
Esta e a verdadeira cor
Lilás, lilás. Lilás e o amor.
Oh não! Outra cor!
Já era final do dia. O sol sumia. Desanimada e cansada a elefantinha cinzenta teve uma grande ideia.
Já sei o que vou fazer!
Despediu-se do flamingo de pernas compridas, passou pela zebra que lhe observava e agradeceu, continuou seu caminho. Foi ate a pedra onde estava o leão, mas este já havia ido embora. Tentou se despedir dos pássaros e do tigre, mas eles estavam caçando. A amiga abelha ainda atarefada nem percebeu quando ela passou.
Chegando no vale encantado viu sua mãe conversando com seu amigo peixinho. Cansada do longo passeio, Lila sentou-se a beira da agua, molhou as patas e disse a mãe:
Mamãe não sei que cor tem o amor. Eu já tentei todas as cores: da grama as flores, do céu as nuvens e ate do sol. Ninguém soube me dizer a cor do amor.
Com toda a delicadeza e compreensão, a mãe disse:
Meu amor! Eu lhe disse que a verdadeira cor do amor poderia ser cinza, mas qual então e a verdadeira cor do amor?
Eu lhe digo filhota: O amor e tão escuro como a noite, tão brilhante como o sol. Pense numa cor e ali estará o amor. O amor e o respeito, e a amizade, e a compaixão, e o carinho, a união. O amor e a verdade, a liberdade, a obediência e a alegria. O amor e toda cor, e tudo em todo lugar.
Há!
E a mãe continuou:
Qual e a cor do amor? São todas as cores a nossa volta, porque nadas mais importa quando você encontrou o amor.
Laranja, vermelho
Não importa a cor.
O que mais importa
